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Blogue que expressa de forma séria, ou nem tanto quanto isso, opiniões e divagações de temas tão diversos como jogos, artes digitais, cinema, música, banda-desenhada, literatura, animação, entre outras coisas que possam eventualmente surgir na minha cabeça. O objectivo é, após reflectir um pouco sobre um assunto, dar a conhecer ao Mundo a minha opinião sobre o mesmo, podendo dessa forma transmitir os meus ideais e quem sabe vir a influenciar outros através da palavra.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O fim dos livros e das bibliotecas?

Tinha eu sete ou oito anos quando li o meu primeiro livro, Os cinco na torre do farol de Enyd Blyton. Fazia parte do programa das aulas, levarmos um livro da biblioteca para ler e depois fazer um resumo. Penso que devo ter demorado uns três meses, ou mais para conseguir fazê-lo. Já que a minha capacidade de leitura na altura extremamente reduzida, conseguia ler, talvez, uma média de três, quatro páginas por dia. Páginas que apreciava sagazmente e que ainda hoje, consigo lembrar com bastante detalhe. Aquele livro, com uma história tão simples e pura marcou-me de forma profunda, fazendo-me sentir pela primeira vez o prazer que existe na leitura.




De um momento para o outro, eu tinha sido absolutamente maravilhado pelo fascínio da leitura e todo um novo mundo se abria perante mim. Pouco tempo passou desde que eu acabei de ler esse livro, até ter feito o mesmo com todos os que tinha em casa e com os novos, que comprava agora de forma regular. A influência em mim, daquele pequeno livro, foi tal que por volta dessa altura, com apenas oito anos de idade, eu comecei a escrever as minhas histórias pela primeira vez. Na altura eram quase sempre imitações dos livros que eu tinha lido, plágios quase perfeitos das aventuras que tinha vivido na imaginação, cuja grande diferença, era na nova versão, as personagens serem baseadas em mim e nas pessoas que eu conhecia.

Desde essa altura, um dos sítios mais confortáveis e relaxantes para mim, em que apenas sinto paz de espírito e uma harmonia interior quase ao nível do nirvana. É sem dúvida alguma, uma boa, velha e poeirenta biblioteca. O simples facto, de estar num espaço rodeado de livros contendo histórias fantásticas, à espera de serem descobertas, à espera de me maravilhar. Deixa-me completamente satisfeito.

A minha sala de sonho.

Como tal, foi com muita desconfiança que vi surgirem pela primeira vez os livros electrónicos. Assumindo o risco de ser muito pouco ambientalista, nessa altura afirmava com convicção, que nada iria nunca substituir um livro a sério. O folhear do mesmo, o sentir do peso, o cheiro característico do papel, são pequenas coisas que quando anuladas a um livro, parecem de uma forma parva roubar a sua essência. Pelo menos era isso que pensava na altura. Talvez quisesse simplesmente, manter-me agarrado à velha recordação, daquele primeiro livro que me fizera sonhar a primeira vez. Recusando-me a acreditar que se estes não tinham uma forma pelo menos semelhante, deixavam de ser a mesma coisa.

Hoje, percebo o quão idiota e insensato o meu discurso era e apesar de ainda, continuar a preferir sentir o peso de um bom livro nas mãos, o seu cheiro e as páginas entre os dedos à espera de serem viradas para revelar o resto da história. Consigo finalmente perceber o quão úteis, práticos, ecológicos e económicos, os livros electrónicos são.

Amazon Kindle ebook reader.

Os benefícios que trazem ao Mundo são muitos, tais como, a redução no impacto ambiental que a produção dos mesmos em papel tem. Não só porque deixaria de haver necessidade de se abater tantas árvores, como também se evitaria, o enorme desperdício, que ocorre quando as editoras produzem demasiados livros numa edição. Já que quando estes não são vendidos, têm de ser destruídos e em formato electrónico, são simplesmente ficheiros de dados que podem ser facilmente copiados, deixando de haver esse risco. Outros benefícios são por exemplo, puder transportar-se centenas, ou até mesmo milhares de livros dentro de um único aparelho digital. Aparelho esse, que é extremamente leve e que no caso dos tablets, pode ainda servir para muitas outras coisas, funcionando neste caso como um míni computador. Surge também a possibilidade de desfrutar de clássicos que tenham já perdido os seus direitos de autor, numa série de sites que os fornecem de forma totalmente gratuita. Como não há gastos de produção, os preços são muito mais baixos. Sendo a internet global, a divulgação é maior e podem chegar a mais pessoas, um pouco por todo o Mundo. Por último, mas não menos importante, como os dispositivos de leitura destes livros possuem luz própria, permitem que se leia um livro na cama com a luz apagada, poupando-se energia enquanto ao mesmo tempo, se evita incomodar a pessoa com quem se esteja eventualmente a partilhar o quarto.

Nos Estados Unidos da América, os livros electrónicos são cada vez mais utilizados por todos. E com a proliferação dos tablets e outros dispositivos semelhantes, começo a achar, que os livros em papel vão, mais cedo ou mais tarde, transformar-se num objecto de colecção, que apenas alguns malucos podem e querem comprar. Apesar de tudo, ainda contínuo a ter o sonho de um dia vir a possuir uma biblioteca com as paredes completamente recheadas de livros. Seria o meu cantinho especial, mas talvez, em vez dos livros de papel, essas paredes sejam ecrãs gigantes onde posso escolher o livro que quero ver no meu dispositivo de leitura. Não seria a mesma coisa, mas no final, o que importa são as palavras e estejam estas em papel ou num ecrã, o significado que têm continuará sempre a ser o mesmo.

Referências:

http://www.techsupportalert.com/content/50-places-free-books-online.htm - Lista de centenas de sites onde se pode encontrar livros electrónicos gratuitos.

http://www.economist.com/node/21528628 - Um artigo interessante sobre os livros electrónicos.

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