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Blogue que expressa de forma séria, ou nem tanto quanto isso, opiniões e divagações de temas tão diversos como jogos, artes digitais, cinema, música, banda-desenhada, literatura, animação, entre outras coisas que possam eventualmente surgir na minha cabeça. O objectivo é, após reflectir um pouco sobre um assunto, dar a conhecer ao Mundo a minha opinião sobre o mesmo, podendo dessa forma transmitir os meus ideais e quem sabe vir a influenciar outros através da palavra.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Narrativa nos jogos.

Muitos são os jogos que não possuem qualquer tipo de história. Dão-nos os objectivos, explicam a jogabilidade e toca de passar os níveis até se chegar ao final. Este género de jogos, sem narrativa, estão normalmente relacionados com jogos casuais, fáceis de jogar, simples e em que o principal objectivo, é proporcionar diversão imediata ao jogador. Neste estilo de jogos é compreensível que a existência de uma história seja completamente posta da lado, não só porque a implementação da mesma exige mais trabalho e tempo à equipa de produção, como também pode corresponder a gastos muito superiores aos que esse género de produtora consegue normalmente suportar. Ao mesmo tempo, como o objectivo desse género de jogos é satisfazer no imediato, a implementação de uma história não só é desnecessária, como pode mesmo ser vista como algo que está a mais, já que faz o jogador perder tempo com algo que não está interessado.


No entanto, a minha opinião é que mesmo assim ao dar a um jogo uma narrativa, por muito simples que seja, torna o mesmo muito mais interessante. E quando eu digo uma narrativa simples, refiro-me mesmo a uma narrativa muito simples, como por exemplo o caso de Angry Birds, onde a narrativa é salvar os ovos dos porcos malvados, cometendo suicídio para o fazer. Mais simples que isto é impossível, mas ninguém pode negar que quando se falha um tiro e se vê os porcos a rirem sente-se uma enorme raiva e não se consegue parar de jogar, até que todos os porcos tenham sido destruídos e os ovos levados de novo para o ninho.

Pacman (1980) da Nanco.
Exemplo de um jogo se narrativa, apesar de extremamente viciante ao fim de umas horas, por ser sempre a mesma coisa ao longo de todos os níveis torna-se aborrecido.



Por outro lado, quando um jogo não tem qualquer tipo de história, não existe mais nenhum objectivo para além de passar ao nível seguinte e ou é algo tão genial e viciante como Tetris, ou ao fim de alguns níveis torna-se aborrecido e as pessoas deixam de jogar porque perdem o interesse. O motivo é simples, não há nada de novo, as acções que o jogador vai praticando ao longo dos níveis, repetem-se sem nenhum objectivo concreto. Chegar ao nível vinte, ou ao cinquenta, a única coisa que traz de novo é ter concluído mais níveis. O que pelo menos a mim, com excepção daqueles casos tão bem feitos, que o simples facto de passar mais um nível é satisfatório que chegue, sabe a pouco e torna o jogo aborrecido, ao ponto de rapidamente me fartar dele.

Angry Birds (2009) da Rovio.
Exemplo de um jogo com narrativa. Uns pássaros procuram vingança de uns porcos que roubaram os seus ovos. Apesar de extremamente simples torna tudo mais divertido, interessante e pessoal. Já que em certa medida, sentimos que os nossos ovos foram roubados.


Assim, o que torna a narrativa tão importante para um jogo é o facto de quando existe uma história. O jogador sente que tem um objectivo a cumprir. Nem que seja inconscientemente, sente que as acções que está a praticar têm um propósito, que servem uma causa maior. Sente dessa forma que joga porque é a fazê-lo que consegue desbloquear o resto da história, que consegue desvendar o "mistério" e que consegue dessa forma, resolver com sucesso os problemas daquele Universo. Tornando assim o jogo mais viciante e ao mesmo tempo, mais satisfatório.
Concluindo, para mim, a narrativa num videojogo seja ele mais complexo, mais "a sério", ou mais casual. É algo completamente fundamental. Já que para além de tornar o jogo mais interessante, consegue ainda dar ao jogador objectivos e motivos para continuar a jogar. O que mais tarde acaba por lhe dar uma satisfação extra e lhe proporcionar mais prazer por ter concluído o jogo. E mesmo em jogos mais simples, onde a jogabilidade é tão boa, que a diversão e o vicio são garantidos, mesmo quando estes não possuem qualquer história. A introdução de uma narrativa nos mesmos, por muito simples que fosse, conseguiria tornar esse jogo ainda mais viciante e satisfatório, saindo assim os jogadores, sempre a ganhar.

Referências:

http://web.mit.edu/cms/People/henry3/games&narrative.html - Excelente artigo sobre a narrativa nos videojogos.


http://www.jesperjuul.net/text/clash_between_game_and_narrative.html - Os jogos como uma narrativa interactiva.

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